História
Política
Falando
dos primeiros grandes pilares onde assenta a ciência política pura, designadamente
no que diz respeito ao estado, entendido por enquanto numa perspectiva
totalitária, falamos de Maquiavel,
Thomas
More (1478-1535, chanceler de Inglaterra
no reinado de Henrique VIII, autor da Utopia), Thomas
Hobbes (1588-1679, filósofo inglês,
autor do Leviatã, em que se declara partidário, em filosofia, do materialismo,
em moral do egoísmo e em política do despotismo)
e Tomasso
Campanella.
Este último, talvez o menos conhecido, era aquele que tinha uma
concepção de estado como sendo em si uma
essência, assim considerava que
o estado ideal era aquele que estava bem organizado,
mas esta organização entendida no sentido de estratificação,
diria, absoluta. Campanella,
religioso da Ordem dos Dominicanos, filosofo italiano, preconizou
o método experimental, renascentista
(1568-1639), autor de uma grande obra política –
A Cidade do Sol - situava o estado
ideal na ilha
imaginária da Taprobana e este era
organizado tendo por base uma série
sequencial de círculos concêntricos:
um templo
circular
era o ponto central de cidade, de onde o príncipe e os sacerdotes exerciam
o poder espiritual e político. Um primeiro
círculo em torno do templo
acolhia o palácio do poder, o
palácio da sabedoria e o palácio do amor, que tinham a seu cargo respectivamente,
a guerra, a ciência e a educação.
E, finalmente, os
círculos mais afastados
eram ocupados (qual
terceiro estado da revolução francesa) por
artesãos e operários. Este tipo de
estado proposto era comunista e totalitário, o indivíduo nada possuía,
todo o seu ser consistia simplesmente em ser parte do estado.
Este é quanto a min o tipo mais totalitário de todos os tipos de estado
totalitário dado que desta forma um
homem fora do estado simplesmente não seria Homem.
Desnecessário será referir que esta concepção de Campanella provocou à
época tal rejeição que este foi condenado a 27 anos de prisão.
Parece-me
fundamental esta reflexão pois acho que, dada a nossa cultura Humanista,
a riqueza humana e principalmente a
riqueza da individualidade de cada um é algo de fundamental para qualquer
tipo de sociedade que
obviamente só ganha sentido sendo uma sociedade livre, de Homens, entendidos
no sentido de PESSOAS
com DIREITOS, DEVERES
E POTENCIALIDADES,
úteis e que são o contributo primeiro da evolução do homem que é um ser
eminentemente social ao qual a liberdade e o verdadeiro elemento e factor
de realização e de evolução.
Quanto a
Maquiavel (Nicolau),
estadista, publicista e historiador de Florença,
(1469-1527), isto é, quanto à sua vida e obra - pois neste pensador a
sua teoria política é indissociável da sua vida (tal como sucede na generalidade
dos casos). Maquiavel nasceu em Florença, a sua vida desenrolou-se precisamente
no seio dessa cidade estado. Inteligente e perspicaz, passou rapidamente
de secretário da Chancelaria a magistrado mas, com as derrotas
militares de Florença, acabou por perder o seu
emprego acabando por ser acusado de conspiração, e preso. Na prisão escreveu
"O Príncipe"
onde propõe que o
governante ideal deve organizar um poder
absoluto que elimine a corrupção e as lutas internas do estado, recomendando
para atingir esse fim, qualquer tipo de procedimento, incluindo a mentira
e a violência. Os
governantes para Maquiavel deveriam
reger-se UNICAMENTE
PELA RAZÃO DO ESTADO
e qualquer preocupação
com a moral. Maquiavel chega mesmo a justificar o crime e a deslealdade
como meios para manter o poder: "Se
a sociedade é imoral não pode ser governada moralmente".
Curiosamente, Maquiavel não era ateu e chegava mesmo a ser favorável à
religião, embora não da Cristã, mas da religião dos antigos Romanos. (Será
que podemos ver aqui um primeiro esboço da teoria Marxista? A Fé
em Maquiavel era também considerada
uma
alucinação, uma forma simples e eficaz de distrair e "entreter"
uma população que se "acordada do sono divino" seria difícil
de dominar pois agiria sem uma base axiológica e
ética que orientasse a sua acrítica (porque religiosa) vida social.
Seria esta a causa da importância dada por Maquiavel
à religião? Pergunto isto depois de analisar a sua proposta de estado
que pelos vistos influenciou Hitler e a sua "Legião".
Já agora e porque, numa determinada época histórica, acho que não podemos
dissociar também os movimentos artísticos existentes, acho que um bom
"acompanhamento" para esta leitura é a obra de Goya "Saturno
Devorando os Seus Filhos" que reflecte duma forma clara e "Maquiavélica"
a crueldade
do totalitarismo aplicado ao estado que simplesmente mutila a LIBERDADE,
os Direitos e Garantias de
um Homem/Pessoa "sendo" numa sociedade.
Cumprimentos,
Gomes
da Silva, Jorge R
ibeiro e Silva,
N.
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Adam
Smith (1723-1790)
– nasceu em Kirkcaldy, Fife, Escócia. Foi
o economista, político e filosofo, que se tornou famoso pelo
seu influente livro “The
Wealth
of Nations”
escrito em 1776.
Leccionou
ética, retórica, jurisprudência e economia política, ou “police and revenue”. |
Em
1759 publicou a
“Theory of Moral Sentiments”,
que compreende algumas das suas aulas em Glasgow. Este trabalho
aborda os padrões de conduta moral que mantêm a sociedade coesa.
Em
1776 publicou
“An Inquiry into the Nature and Causes of The Wealth of Nations”,
que examina detalhadamente as consequências da liberdade económica.
Abrange conceitos como “self-interest”, a divisão do trabalho, a
função dos mercados e as implicações internacionais de uma economia
“laissez-faire”.
“Wealth
of Nations”
define a economia como conceito autónomo e, lança a doutrina
económica de empresa livre.
Smith
estruturou a organização intelectual
explicativa do mercado livre que ainda hoje se mantém como verdadeira.
É frequentemente reconhecido pela expressão
“a mão invisível”,
usada para demonstrar como o interesse próprio orienta o uso mais
eficiente dos recurso na economia nacional, sendo a segurança social
(“welfare”) um seu
subproduto. Para realçar as suas convicções de “laissez-faire,
Smith
argumentou que os esforços do estado e dos indivíduos para promover
o bem estar social são ineficazes comparados com as forças do mercado
“unbridled”.
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John
Locke (1632-1704)
“a liberdade consiste em que cada homem depende da lei da
natureza e não da vontade de outro homem... a liberdade não
é a “licença”, consiste antes em obedecer à lei natural.”
De
acordo com este princípio, Locke estabelece dois direitos:
um, o da sua liberdade e outro, o de punir aqueles que queiram
violar a lei natural. Explica que o trabalho é a origem da
propriedade.
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Por
vezes as opiniões de Locke,
na sua postura radical, podem ser entendidas como uma perspectiva
anti-humanista. Devem, no entanto, ser interpretadas no enquadramento
histórico em que foram proferidas, isto é, no contexto de uma luta
contra os restos do feudalismo, contra o clericanismo e o absolutismo
monárquico.
em
preparação:
Platão
Aristóteles
A.
de Tocqueville
J.
Stuart Mill
K.
Popper
L.
Von Mises
F.
A. Hayek
J.
Rawls
R. Nozick
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